segunda-feira, 22 de junho de 2015

POVOS EXISTENTES NA COSTA OCIDENTAL DE ÁFRICA ANTES DA CHEGADA DOS PORTUGUESES

800 - John Trimingham diz que, neste ano d.C., já havia no Senegal estes estados: Sanghana (etnia Serer), Takrur, Silla, and Galam (etnia Soninke)[i]

850 - Por este ano ter-se-á formado nos arredores de Takrur um outro estado, pela vinda de Fulas da parte leste do vale do Senegal[ii] ou, segundo John Donnelly Fage, formado pela aliança de Berberes do Sahara e "Negros agricultores”  que eram "sobretudo Sereres.[iii]
1030 – Já perto do século XI: Segundo a tradição Serer, Lamane Jegan Joof fundou Tukar (parte do actual Senegal). Em 1030: War Jabi usurpou o trono de Takrur através de uma revolução, autoproclamando-se Rei de  Takrur.
1035 – Por esta altura, o revolucionário War Jabi converteu-se ao Islão e forçou os seus súbditos a converterem-se também e impôs a lei Sharia sob a orientação dos Almorávidas seus aliados, em particular de  Abdallah ibn Yasin. Esta perseguição religiosa foi direccionada sobretudo sobre o povo Serer que recusou submeter-se ao Islão, bem como a classe Lamanic Serer, que eram os guardiães da religião Serer e detentores do poder económico e político.[iv]
Deste ano até 1042, os Sereres de Takrur foram o alvo das perseguições e jihads dos convertidos ao Islão como os Fulas e os seus aliados Almorávidas. [v] Os Sereres derrotaram a aliança do exército dos muçulmanos forçando-os a procurar refúgio na Mauritânia, mas mais tarde acabaram por ser derrotados e submetidos por aquele exército da aliança muçulmana.
Esta era marca o êxodo dos Sereres de Takrur. Os que sobreviveram às guerras e recusaram converter-se emigraram em direcção ao sul para o que mais tarde ficou conhecido como o Reino Serer de Sine, Saloum e, antes, Baol. No sul, conseguiram asilo dos seus parentes Serer distantes,  com a aprovação do Alto Conselho de Lamanes, o mais importante tribunal do país Serer. Trimingham refere que Takrur foi a primeira região a adopter o Islão mas que perdeu completamente a sua identidade Serer.[vi] War Jabi morreu em 1040 sendo secedido pelo seu filho Leb (ou Labi), também o maior aliado dos Almorávidas.[vii]  Consta que Leb foi submetido pelos Almoràvidas em 1056[viii]  provavelmente em resultado do domínio de Takrur pelos Almorávidas em 1042 e a aceitação forçada da lei Sharia.[ix] Economicamente, o Reino de Takrur beneficiou com a introdução do Islão. Criou também ligações políticas com o Norte. Muitos Fulas fizeram parte do exército Almorávida que conquistou partes da Europa.
1200 -No século XIII chegam a esta região da costa ocidental da África os povos nalu e landuma, na sequência do declínio do império do Gana.
1235 -Mansa Jolofing (o rei Serer de Jolof saqueia a caravana com ouro enviada por Sundiata Keita para compra de cavalos em Jolof. Mansa Sundiata, depois disto, envia o seu general e primo Tiramakhan Traore a Jolof para assassinar o Mansa Jolofing.
- Sundiata Keita bate Sumaoro, rei dos sossos e funda o império do Mali.
- Chegam à Guiné os mandingas do império do Mali.
- Morte de Sundiata Keita
1285 -Lamane Jaw ocupa o trono de Jolof[x]. Durante o seu reinado, Mansa Sakoura (o Mansa do Império Mali) faz uma expedição no Senegal, conquista Jolof e reduz Lamane Jaw a mero chefe provincial.
- Sakura, antigo escravo da família real, é imperador do Mali 
1290 -Maad Ndaah Njemeh Joof, antepassado da dinastia Jolof de Sine e Saloum sucedeu no trono de Laah em Baol.[xi] 
1312 -Reinado do Mansa (imperador) Kanku Mussa 
1324 -Kanku Mussa faz uma peregrinação a Meca 
1325 -O Mali conquista o Songhai 
1336 -No tempo de D. Afonso IV (1325-1357) provável expedição às ilhas Canárias, a que se seguiram expedições adicionais em 1340 e 1341. 
1350 – O Reino de Sine mudou de nome. O período Guelowar começou a partir de 1350. Maad a Sinig  Maysa Wali Jaxateh Manneh foi eleito primeiro rei Guelowar com um único governo nos países Serer (Reino de Sine). Nomeado e eleito pelos Sereres de Sine e pelo Alto Conselho de Lamanes, tendo nele servido como conselheiro de leis durante 15 anos e dando aos seus membros suas irmãs e sobrinhas em casamento. Maysa Wali reinou entre 1350 - 1370. Os casamentos entre os descendentes da velha classe Serer Lamanic e as mulheres Guelowar criou as disnatias paternas Sereres e as dinastias maternas Guelowar que existiram por mais de 600 anos. Alguns membros da nobreza Serer opuseram-se à nomeção e eleição de Maysa Wali, em particular Lamane Pangha Yaya Sarr (com outros nomes: Penga Yaye Sarr, etc.), porque Maysa Wali não teve um pai Serer nem uma mãe Serer apesar da sua assimilação da cultura Serer, e do longo tempo ao serviço do Alto Conselho e ter assumido por sua iniciativa a realeza. Nenhum dos escendentes de Maad um Sinig Maysa Wali ocupou o trono de qualquer reino Serer depois dele.
A tradição oral relata que Ndiadiane Ndiaye (também chamado Bourba Jolof Njajaan Njie) fundou o Império Jolof, um império fundado por uma confederação voluntária de estados.[xii][xiii]John Donnelly Fage sugere datas no início do século XIII (e outros dizem século XII) e que é normalmente atribuída a este rei e da fundação do império, um cenário mais provável é que "a ascensão do império foi associado com o crescimento do poder Wolof em detrimento do antigo estado sudanês de Takrur, e que se terá essencialmente desenvolvido no século XIV. "[xiv] Diz-se que Maad um Sinig Maysa Wali esteve na base da fundação deste império, nomeando Njajaan Njie para liderar o Império Jolof e conseguiu que os outros estados se juntassem a este numa confederação sob Njajaan. Maad um Sinig levou assim o Reino de Sine para esta confederação. Embora a criação deste império tivesse sido voluntária, a sua separação não foi. Esta era marca o desmembramento do Império do Mali, uma vez que começou a perder alguns dos seus antigos estados vassalos. Apesar de não entrar em colapso completo, o Imperial Mali já não era tão poderoso quanto antes.[xv]
 1200 -No século XIII chegam a esta região da costa ocidental da África os povos nalu e landuma, na sequência do declínio do império do Gana. 
1235 -Mansa Jolofing (o rei Serer de Jolof saqueia a caravana com ouro enviada por Sundiata Keita para compra de cavalos em Jolof. Mansa Sundiata, depois disto, envia o seu general e primo Tiramakhan Traore a Jolof para assassinar o Mansa Jolofing.
-     Sundiata Keita bate Sumaoro, rei dos sossos e funda o império do Mali.
-     Chegam à Guiné os mandingas do império do Mali.
-     Morte de Sundiata Keita
1285 -Lamane Jaw ocupa o trono de Jolof. [12] Durante o seu reinado, Mansa Sakoura (o Mansa do Império Mali) faz uma expedição no Senegal, conquista Jolof e reduz Lamane Jaw a mero chefe provincial. 
1312 -Reinado do Mansa (imperador) Kanku Mussa 
1324 -Kanku Mussa faz uma peregrinação a Meca 
1325 -O Mali conquista o Songhai 
1336 -No tempo de D. Afonso IV (1325-1357) provável expedição às ilhas Canárias, a que se seguiram expedições adicionais em 1340 e 1341. 
1350 – O Reino de Sine mudou de nome. O período Guelowar começou a partir de 1350. Maad a Sinig  Maysa Wali Jaxateh Manneh foi eleito primeiro rei Guelowar com um único governo nos países Serer (Reino de Sine). Nomeado e eleito pelos Sereres de Sine e pelo Alto Conselho de Lamanes, tendo nele servido como conselheiro de leis durante 15 anos e dando aos seus membros suas irmãs e sobrinhas em casamento. Maysa Wali reinou entre 1350 - 1370. Os casamentos entre os descendentes da velha classe Serer Lamanic e as mulheres Guelowar criou as disnatias paternas Sereres e as dinastias maternas Guelowar que existiram por mais de 600 anos. Alguns membros da nobreza Serer opuseram-se à nomeção e eleição de Maysa Wali, em particular Lamane Pangha Yaya Sarr (com outros nomes: Penga Yaye Sarr, etc.), porque Maysa Wali não teve um pai Serer nem uma mãe Serer apesar da sua assimilação da cultura Serer, e do longo tempo ao serviço do Alto Conselho e ter assumido por sua iniciativa a realeza. Nenhum dos escendentes de Maad a Sinig Maysa Wali ocupou o trono de qualquer reino Serer depois dele. 
A tradição oral relata que Ndiadiane Ndiaye (também chamado Bourba Jolof Njajaan Njie) fundou o Império Jolof, um império fundado por uma confederação voluntária de estados. [xvi][16] John Donnelly Fage sugere datas no início do século XIII (e outros dizem século XII) e que é normalmente atribuída a este rei e da fundação do império, um cenário mais provável é que "a ascensão do império foi associado com o crescimento do poder Wolof em detrimento do antigo estado sudanês de Takrur, e que se terá essencialmente desenvolvido no século XIV. " [xvii] Diz-se que Maad um Sinig Maysa Wali esteve na base da fundação deste império, nomeando Njajaan Njie para liderar o Império Jolof e conseguiu que os outros estados se juntassem a este numa confederação sob Njajaan. Maad um Sinig levou assim o Reino de Sine para esta confederação. Embora a criação deste império tivesse sido voluntária, a sua separação não foi. Esta era marca o desmembramento do Império do Mali, uma vez que começou a perder alguns dos seus antigos estados vassalos. Apesar de não entrar em colapso completo, o Imperial Mali já não era tão poderoso quanto antes.[xviii]


[i] Trimingham, John Spencer, "A history of Islam in West Africa", Oxford University Press, USA, 1970, p 234.
[ii] Hrbek, I. (1992) General History of Africa volume 3: Africa from the 7th to the 11th Century: Africa from the Seventh to the Eleventh Century v. 3 (Unesco General History of Africa (abridged)). James Carey. p. 67.; Creevey, Lucy (August 1996). "Islam, Women and the Role of the State in Senegal". Journal of Religion in Africa 26 (3): 268–307. 
[iii]  Fage, John Donnelly (1997). "Upper and Lower Guinea". In Roland Oliver. The Cambridge History of Africa, Volume 3. Cambridge University Press.
[iv] Mwakikagile, Godfrey, "Ethnic Diversity and Integration in The Gambia: The Land, The People and The Culture," (2010), p 241, Timeline of Serer history.
[v] Page, Willie F., "Encyclopedia of African history and culture: African kingdoms (500 to 1500)", p209. Vol.2, Facts on File (2001) 
[vi] Trimingham, John Spencer, "A history of Islam in West Africa", pp 174, 176 & 234, Oxford University Press, USA (1970)
[vii] Page, Willie F., "Encyclopedia of African history and culture: African kingdoms (500 to 1500)", p 676, Vol.2, Facts on File (2001) 
[viii] Niane, Djibril Tamsir, "General History of Africa: Africa from the twelfth to the sixteenth century", pp 119-120, UNESCO, 1984
[ix] Abdur Rahman I. Doi, "Islam in Nigeria", Gaskiya Corp., 1984, p 9.
[x] Nnoli, Okwudiba, "Ethnic conflicts in Africa", p 241. CODESRIA, 1998. ISBN 2-86978-070-2
[xi] "La famille Juuf" [in] «L'épopée de Sanmoon Fay», in Éthiopiques, no 54, vol. 7, 2e semestre 1991
[xii] Diouf, Niokhobaye, "Chronique du royaume du Sine" par suivie de Notes sur les traditions orales et les sources écrites concernant le royaume du Sine par Charles Becker et Victor Martin. Bulletin de l'Ifan, Tome 34, Série B, n° 4, 1972. p706
[xiii] Charles, Eunice A., "Precolonial Senegal: the Jolof Kingdom, 1800-1890", African Studies Center, Boston University, 1977. pp 1-3
[xiv] Fage, John Donnelly (1997). "Upper and Lower Guinea" . In Roland Oliver. The Cambridge History of Africa, Volume 3. Cambridge University Press. p. 484. ISBN 978-0521209816.
[xv] Conrad, David C., "Empires of Medieval West Africa", p 12, Infobase Publishing, 2005
[xvi] Diouf, Niokhobaye, "Chronique du royaume du Sine" par suivie de Notes sur les traditions orales et les sources écrites concernant le royaume du Sine par Charles Becker et Victor Martin. Bulletin de l'Ifan, Tome 34, Série B, n° 4, 1972. p706
[xvii] Charles, Eunice A., "Precolonial Senegal: the Jolof Kingdom, 1800-1890", African Studies Center, Boston University, 1977. pp 1-3
[xviii] Conrad, David C., "Empires of Medieval West Africa", p 12, Infobase Publishing, 2005, ISBN 1- 4381-0319-0
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